quarta-feira, 25 de abril de 2012

UM ANO SEM APARECIDA MELO: UM ANO SEM POESIA EM SAPÉ

Nesta quarta, 25 de abril, faz um ano que a talentosa e jovem escritora e poetisa Aparecida Melo partiu para o piso superior.
De lá para cá, a cidade de Sapé nunca mais respirou poesia. Só angústias circundam a terra do também sapeense Augusto dos Anjos.
Aparecida Melo foi, durante os poucos dias em que esteve conosco aqui neste plano terrestre, uma criatura encantadora...
Lembro-me bem quando eu interpretei  Augusto dos Anjos no EEMOAP, por ocasião de seu aniversário natalício, em abril, lá estava a doce poetisa com seus alunos, aplaudindo-me de pé as interpretações da poesia augustiniana. Isso já faz uns cinco anos...
Em 2004, ela me perguntou: "Josinaldo, tu tens tempo de ensinar Literatura Brasileira no Cursinho Municipal?" Eu confessei que seria muito boa a experiência, pois até então só tinha ensinado Língua Portuguesa e Inglesa e ninguém nunca me convidara para lecionar o que eu mais amo: Literatura Brasileira.
Logo ela disse: "Você, então, é o novo professor de Literatura do Cursinho. Capriche! Temos um público muito exigente!" Eu fiquei muito feliz. Depois de Sônia Maria Rodrigues do Mon Serrat, que me confiou a disciplina de Língua Inglesa em 2001, Aparecida Melo foi o outro anjo que Deus enviou para que eu não ficasse desempregado!
Assim, mesmo sem experiência na Literatura, embora já amasse ler romances e poemas, Aparecida me confirmou a disciplina e comecei a lecioná-la para centenas de alunos sapeenses.
Hoje recordo com saudades da minha amiga, pela pessoa que ela foi. É isso o que vale na nossa vida: sermos bons e ajudarmos o próximo! Talvez tenha sido por isso, pelo fato de muitos terem me dado oportunidade, que eu sou essa criatura boba e humana: em mim, o coração é que fala mais alto.  Isso deve ter provocado em alguns inveja, pois já ouvi dizerem: "Deixa de ser besta, Josinaldo, tu te preocupas muito com os outros! O que deves fazer é te preocupares mais contigo!" Sussurram alguns, afrontando a minha humanidade.
Mas eu estava falando da nossa saudosa Aparecida Melo. Ela, sim, foi mais humana do que eu. Quando terminou o Cursinho naquele ano, ela me presenteou com uma coleção completa de Literatura Brasileira da Editora Global, de Afrânio Coutinho, em seis volumes, que traz desde o Quinhentismo, o berço da nossa literatura, até os nossos dias atuais, com autores que são nossos contemporâneos e estão produzindo. Confesso que ainda não terminei de ler o primeiro volume na íntegra, mas sempre consulto a todos em minhas pesquisas literárias.
Deus esteja contigo, minha amiga, e que tu estejas poetizando com os anjos no céu! Um dia nos encontraremos, eu sei. Adeus!

Deste que jura ser sempre teu...
...amigo.
Josinaldo.